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5 Covers que os Artistas Originais Odiaram
Alguns covers famosos irritaram profundamente os criadores das músicas originais - conheça essas histórias tensas da música.

Conteúdo
Toda banda tem suas influências, e muitas vezes isso resulta em covers que homenageiam artistas que marcaram suas carreiras. Mas nem sempre essa homenagem é recebida com carinho pelos criadores originais. Às vezes, a versão fica tão diferente da proposta inicial que os compositores simplesmente não conseguem aceitar.
Esta seleção considera não apenas a recepção negativa, mas também as declarações públicas dos artistas envolvidos. Prepare-se pra conhecer os 5 covers que os artistas originais odiaram.

1. Van Halen – “You Really Got Me” (Original: The Kinks)
O cover mais polêmico desta lista gerou uma das reações mais duras que já se viu na música. Dave Davies, guitarrista original dos Kinks, foi implacável ao avaliar a versão do Van Halen: “Quando ouvi pela primeira vez a versão do Van Halen de ‘You Really Got Me’, eu ri. Ela realmente não entende nada do significado da música.”
A crítica de Davies vai além do aspecto técnico. “Pareceu tão exagerada… Realmente não entende nada do significado da música”, explicou o guitarrista, demonstrando como a abordagem bombástica do Van Halen descaracterizou completamente a essência crua e direta da música original de 1964.
Ray Davies, irmão de Dave e principal compositor dos Kinks, teve uma reação ligeiramente diferente, mas igualmente reveladora. “A versão deles era muito americana”, comentou, sugerindo que a versão perdeu a atitude rebelde britânica que definia a original.
2. Limp Bizkit – “Behind Blue Eyes” (Original: The Who)
Pete Townshend, compositor da música original do The Who, não poupou palavras ao avaliar a versão do Limp Bizkit de 2003. “Foi um esforço embaraçoso, que desacredita uma bela música”, declarou o lendário guitarrista, mostrando total desaprovação.
A versão do Limp Bizkit transformou a melancolia introspectiva da música original numa mistura de nu-metal com rap que simplesmente não funcionou. O Limp Bizkit foi quase imediatamente massacrado por esse cover desnecessário, e mesmo assim Fred Durst insistiu em lançar como single.
A música original, lançada em 1971, tinha uma profundidade emocional que se perdeu completamente na interpretação agressiva da banda de Fred Durst.
3. Mötley Crüe – “Anarchy In The U.K.” (Original: Sex Pistols)
Embora não tenha gerado declarações tão ácidas quanto as anteriores, o cover do Mötley Crüe da música dos Sex Pistols sempre foi visto com ceticismo. A versão apareceu no álbum “Decade of Decadence” em 1991, época em que a banda já estava bem distante do movimento punk original.
“Eles colocaram as palavras erradas porque não sabiam a história toda. Eu teria contado a eles com prazer quais eram as palavras verdadeiras. Eles perderam um pouco o significado.”
John Lydon
O contexto importa muito aqui: transformar um hino punk anti-establishment numa música de uma banda de hair metal milionária parecia contraditório demais. John Lydon (Johnny Rotten) chegou a comentar sobre interpretações da música, lembrando que “sempre pensei que anarquia é jogo mental pra classe média”.
4. Eagles – “Ol’ 55” (Original: Tom Waits)
Tom Waits nunca escondeu sua irritação com a versão mais comercial e polida que os Eagles fizeram de sua música. A versão original de 1973 tinha toda a aspereza característica do cantor, enquanto os Eagles suavizaram tudo pro formato rádio.
“A música tem cerca de cinco anos, é uma das primeiras que escrevi, então achei meio lisonjeiro que alguém quisesse fazer uma música sua, mas ao mesmo tempo achei a versão deles um pouco antisséptica.”
O próprio Waits comentou sobre como bandas mainstream pegavam suas músicas e retiravam exatamente o que as tornava especiais. A versão dos Eagles se tornou mais conhecida que a original, o que incomodou ainda mais o compositor.
5. Peter Gabriel – “Street Spirit” (Original: Radiohead)
Este caso é diferente porque Peter Gabriel fez um cover de uma música do Radiohead, mas Thom Yorke e a banda nunca gostaram da interpretação. A versão de Gabriel, mais eletrônica e distante, tirou toda a angústia existencial que definia a música original.
Embora Gabriel seja respeitado como artista, sua versão soou como um exercício técnico sem a alma que tornou “Street Spirit” tão marcante no álbum “The Bends” do Radiohead.
Quando a homenagem vira problema
Esses casos mostram como a música é uma forma de expressão muito pessoal. Quando um artista reinterpreta uma música de forma que contradiz totalmente a intenção original, é natural que surjam conflitos. Às vezes, o que parece uma homenagem pode soar como uma completa falta de compreensão da obra original.
A escolha não foi fácil, e existem muitos outros exemplos de covers que geraram polêmica. Mas essas cinco histórias ilustram perfeitamente como a música pode ser um terreno sensível, onde nem toda interpretação é bem-vinda.