A Memória Afetiva… Aquela Vadia

A memória afetiva pode nos levar a uma jornada emocional. Em se tratando de música, ela também pode ser uma "vadia" que mexe com nossas mentes, fazendo-nos escutar verdadeiras "pérolas" que, em situações normais, não ouviríamos.

Você já teve aquela sensação mágica de ouvir uma música e, de repente, se ver transportado no tempo? Acontece com todo mundo, e a culpada por essa jornada emocional é a nossa velha conhecida: a memória afetiva. Neste artigo, vamos contar como essa “vadia” da memória afetiva mexe com as músicas que a gente ouve, como a música se torna a trilha sonora dos nossos momentos e por que diabos a gente acaba gostando de músicas ruins, tudo por causa dela.

A Magia da Memória Afetiva

A memória afetiva é uma força muito poderosa, uma espécie de magia que liga nossas emoções às nossas lembranças do passado. É aquela sensação que você tem quando ouve uma música e, de repente, se sente como se estivesse de volta àquele momento especial. A música se torna um Delorean que te leva de volta no tempo, não importando o quão distante aquele momento possa estar.

A Música Como Nossa Trilha Sonora

A vida é como um filme, e a música é a trilha sonora que dá ritmo a cada cena. Lembra daquela música que estava tocando quando você deu o seu primeiro beijo? E daquela faixa que embalou o seu baile de formatura? Ou mesmo um momento triste e difícil? A música tem esse poder de transformar momentos comuns em memórias que duram para sempre.

Às vezes, é a letra de uma música que parece ter sido escrita sob medida para um momento da sua vida. Outras vezes, é a melodia que nos toca de forma impactante. Seja em um casamento, em um funeral, em uma festa ou em uma viagem inesquecível, a música faz parte de cada cena e de cada emoção que vivemos.

O Esquisito Gosto Musical Impulsionado pela Memória Afetiva

Agora, vamos ao mistério das músicas ruins que a gente gosta por causa da memória afetiva. Todo mundo tem aquelas faixas que, de um ponto de vista puramente musical, seriam consideradas verdadeiras “pérolas” do mau gosto. Mas, por algum motivo, a gente ama ouvir essas bombas, as chamadas Guilty Pleasures. A resposta para esse enigma está na memória afetiva.

Lembra daquela época quando era criança ou adolescente? Talvez tenha sido nos anos 70, 80, 90 ou 2000. Naquela fase da vida, a música era como um abraço quentinho de nostalgia, e nada mais importava. Não importa o quão diferente seja o seu gosto musical atual, aquelas músicas ainda têm o superpoder de te transportar direto para aquela época.

Você pode até pensar: “Porque estou escutando isso?”. A psicologia e a neurociência pode até ter uma explicação. Tem casos daquele roqueiro que pede para aumentar o som quando escuta o pagode dos anos 90. Não, não tente entender isso.

Meu Caso Pessoal

Agora, deixa eu te contar a minha história pessoal. Quando eu era criança nos anos 90, minha experiência musical se resumia as músicas que tocavam nas rádios ou na TV. E não era a MTV. Eu não tinha ainda um base formada, se por acaso eu gostasse eu ouvia, sem me importar com o estilo.

Nos anos 90 ocorreu um grande sucesso com Raça Negra e duplas sertanejas como Leandro Leonardo e João Paulo e Daniel. E morando em uma cidade pequeno no interior, as músicas internacionais basicamente eram as dos anos 80. Ou seja, não tinha muita escolha.

TV aberta no domingo era isso

Conforme cresci, meu gosto musical se expandiu e passei a ser um fã de rock. No entanto, as músicas aquelas música dos anos 90 da minha infância continuaram a ecoar na minha memória. Elas não tinham mais nada a ver com o meu gosto musical atual, mas, sempre que as ouço, sou instantaneamente transportado de volta para aqueles momentos da minha infância. Geralmente, não paro para ouvir essas canções, mas se tocam em um algum lugar, não peço para mudar.

É como se em minha cabeça tivesse dois lados: o lado das músicas que formou o estilo que eu gosto e estão próximas; e o lado que joga tudo isso fora para armazenar as músicas da infância, sejam boas ou ruins.

Aquela Vadia…

Em resumo, a memória afetiva nos faz viajar no tempo toda vez que ouvimos uma música especial. Ela nos permite reviver momentos inesquecíveis, sentir as emoções daquela época e, de vez em quando, até nos faz curtir músicas que, sob uma análise crítica, não passariam no teste. Não adianta tentar encontrar lógica nisso; a música é uma experiência emocional, seja boa ou ruim, se ela te pegar de jeito em alguma fase da sua vida, você lembrará dela para sempre.

Compartilhe nos comentários aquela música que você sabe que não é lá essas coisas, mas que tem um lugar especial no seu coração.

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