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Skate, Música e Tony Hawk’s Pro Skater
![Tony Hawk fazendo uma manobra de skate em um cenário do jogo Tony Hawk’s Pro Skater](https://musicaetal.com.br/wp-content/uploads/2023/12/games-musica-skate.webp)
Conteúdo
Assim como uma trilha sonora pode transformar uma cena comum em uma experiência memorável no cinema, a música nos jogos desempenha um papel igualmente crucial. A relação entre música e jogos é uma sinfonia única, onde cada nota e acorde moldam a experiência do jogador de maneiras que vão além da mera estética sonora.
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Como não lembrar da famosa trilha de Metal Gear Solid? Ou a famosa música dos jogos do Mario? Nesse artigo quero destacar uma franquia em específico: Tony Hawk’s Pro Skater. Este icônico jogo não é apenas ficar fazendo manobras impossíveis, mas uma viagem musical que, para muitos, moldou gostos e preferências sonoras. Neste mergulho nostálgico e pessoal, exploraremos como as músicas desse clássico dos games não apenas acompanharam horas de jogatina, mas também deixaram uma marca duradoura naqueles que jogaram e nas banda presentes nos jogos.
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Tony Hawk Antes Do Pro Skater
Para compreender a simbiose entre skate, música e Tony Hawk’s Pro Skater, é essencial voltarmos às raízes do esporte e da cultura que floresceu nos anos 90. Naquela década, o skate já era um esporte profissional, apesar de muitos skatistas encararem como uma verdadeira filosofia. Diversos torneios eram patrocinados por grandes empresas e o nosso querido Tony já era o “Pelé” dos skates.
Hawk também influenciou profundamente a cultura que cercava o esporte. Seu envolvimento na criação do jogo Tony Hawk’s Pro Skater não foi apenas uma parceria comercial; foi uma extensão de sua paixão pela música e pela subcultura do skate.
Quando o jogo foi concebido no final dos anos 90, Tony Hawk desempenhou um papel ativo na escolha das músicas que seriam a trilha sonora do game. Sua visão era clara: as trilhas sonoras não seriam apenas acompanhamentos, mas sim motores de energia para os jogadores.
Uma Salada de Estilos Musicais
O game reunia músicas de diversos estilos, principalmente rock, punk, hip-hop e metal. Segundo o produtor do jogo, Ralph D’Amato, as músicas foram selecionadas a partir de uma lista de sugestões dos desenvolvedores e dos skatistas profissionais que participaram do jogo, além do próprio Tony.
O skate sempre teve uma ligação com a música, especialmente com o rock e seus subgêneros, como o punk, o hardcore, o grunge e o metal. Esses estilos expressam uma atitude rebelde, contestadora, criativa e independente, que combina com o espírito do skate.
O hip-hop também é um estilo musical presente na trilha sonora do jogo, que representa outra vertente da cultura do skate, mais ligada ao cenário urbano e à modalidade de street. Esse gênero tem uma forte relação com o skate, pois ambos utilizam elementos da cidade, como ruas, calçadas, escadas, corrimãos e muros, como cenário e instrumento para suas manifestações. Além disso, o hip-hop também transmite uma mensagem de resistência, originalidade e diversão, que se conecta com o skate.
O Novo e o Clássico
Tony Hawk’s Pro Skater também foi responsável por dar visibilidade a bandas não tão conhecidas no mainstream, mas que faziam parte da cena punk e seus derivados. Bandas como Lagwagon, Millencolin, Goldfinger, Bad Religion, NOFX, Pennywise, entre outras, ganharam novos fãs e reconhecimento graças à trilha sonora do jogo, que apresentava músicas animadas, rápidas e cheias de atitude. Essas bandas representavam o punk rock dos anos 1990 e início dos 2000, que misturava elementos de pop, metal, ska e hardcore.
Em contraste com as bandas novas, o game também trouxe músicas punk clássicas, que remetiam às origens do gênero nos anos 1970 e 1980. Músicas como “Blitzkrieg Bop” dos Ramones, “God Save The Queen” dos Sex Pistols, “Search and Destroy” dos Stooges, “White Riot” do The Clash, entre outras, mostravam o punk rock em sua forma mais crua, simples e rebelde. Essas músicas influenciaram gerações de bandas e fãs, e são consideradas hinos do rock.
Jogando até Furar o CD
Acredito que o jogo que mais joguei em minha vida tenha sido Tony Hawk’s Pro Skater 2. Conheci o primeiro jogo através de um amigo, mas infelizmente não o encontrei para comprar na época. Pouco tempo depois, encontrei o 2º game da franquia à venda. Não pensei duas vezes e comprei.
Hoje vejo que mais do que um baita jogo, o que mais me atraía eram as músicas do game. Nessa época (1999, 2000), eu ainda não tinha uma formação musical definida (trouxe um relato sobre a memória afetiva aqui). Basicamente, escutava o que passava na TV aberta e nas rádios. THPS 2 trouxe a oportunidade de descobrir bandas que, naquela época, seriam impossíveis. Quando eu queria me concentrar nas missões, selecionava “May 16” de Lagwagon, minha favorita de todos os jogos da série.
Moldando o Gosto Musical
Como disse, THPS foi a semente musical que possibilitou eu escutar músicas que realmente me interessavam, e não músicas da moda que passavam no Domingo Legal ou nas novelas. A sonoridade do hardcore do Lagwagon e do Millencolin foi a base para uma série de bandas que escuto atualmente.
Apesar de gostar de diversos gêneros presentes na série, o Punk é, de longe, o meu preferido. Depois que tive a oportunidade de jogar o primeiro jogo pra valer, adicionei Goldfinger e Dead Kennedys à minha lista de novidades musicais. Mas nem só de Punk viverá o homem. O som pesado do Papa Roach e do Rage Against the Machine ganharam minha atenção ao lado do Dub Pistols e do Anthrax & Public Enemy.
Cada game que era lançado, eu ficava ansioso pela trilha sonora, e apesar do 2 ser meu preferido, os outros games tiveram canções que me viciaram. Não tive a oportunidade de jogar o THPS 3 na época, meu Playstation já tinha partido dessa pra melhor. Mas pude jogar o 4º game da série.
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Ele era maior que os anteriores e a nova geração trouxe a possibilidade da desenvolvedora lotar de músicas. O clássico “TNT” do AC/DC estava ao lado da ótima “Seneca Falls” dos Distillers (banda que eu e meu amigo jurávamos que era um homem cantando). Trouxeram de volta o Goldfinger com a música “Spokesman” ao lado da grata surpresa Flogging Molly tocando “Drunken Lullabies”. THPS 4 tinha de tudo: punk, hardcore, ska, hip hop, entre outros. Ou seja, tudo que é necessário para um jogo da série.
Em Tony Hawk’s Underground, a mudança de nome mostrou uma mudança na mecânica do jogo: agora tínhamos um modo história. Dessa vez, Alkaline Trio, Bracket, NOFX e Dropkick Murphys chamaram minha atenção. Destaco também Sublime com “Seed” e The Adicts com “Viva La Revolution”, mostrando que o passado deve ser lembrado e homenageado.
Apesar de uma jogada de marketing, o Kiss estava presente com três músicas (um recorde para uma banda). As músicas eram versões ao vivo do álbum “Alive IV”, recém-lançado na época. Posso dizer que esse marketing deu certo, já que acabei comprando o álbum.
Diminuindo o Ritmo
Disparado o mais bizarro da série, a sequência Tony Hawk’s Underground 2 trouxe muitas mudanças. Pra quem não se lembra, o Jackass estava no auge e Bam Magera, skatista e integrante do grupo, começou a ter um protagonismo no skate. Nada melhor que usar isso para atrair público. Só que o jogo pareceu mais um spin-off do que uma sequência.
Além dos skatistas, tínhamos um personagem numa espécie de skate motorizado, um cara engessado numa cadeira de rodas (!) e até mesmo Benjamin Franklin num skate (!!!). Pois é, despirocaram geral! E isso teve até reflexo nas músicas, como Johnny Cash e Frank Sinatra (!) na playlist do jogo. Apesar de curtir muito Johnny Cash hoje, na época me soou totalmente desconectado com o jogo.
![Personagem Benjamin Franklin fazendo uma manobra no game Tony Hawk's Undergroud 2](https://musicaetal.com.br/wp-content/uploads/2023/12/benjamin-franklin-thug-2.webp)
Mas apesar dessas bizarrices, o punk continuou presente e me trouxe gratas surpresas como Rancid e as voltas do Less Than Jake e The Distillers com “That’s Why They Call it a Union” e “Beat Your Heart Out”, respectivamente. A tradição de homenagear os clássicos foi mantida com “Rock ‘n Roll High School” dos Ramones.Confesso que, a partir do Underground 2, aquele tesão que eu tinha pela série foi diminuindo. Quando o novo Tony Hawk’s American Wasteland foi lançado, tive curiosidade, mas não aquela paixão que os anteriores me despertavam.
American Wasteland até teve boas ideias para a série, mas derrapou por não conseguir entregar o prometido. Contudo, na parte musical acertaram como sempre. Dessa vez, a homenagem não foi como nos jogos anteriores. 14 faixas do jogo eram versões inéditas de bandas cantando clássicos de dos anos 70 e 80. Uma bela homenagem àqueles que moldaram a cultura do skate. Dessas homenagens, curti muito Dropkick Murphys com “Who is Who” (The Adolescents), Rise Against com “Fix Me” (Black Flag) e Alkaline Trio com “Wash Away” (T.S.O.L.).
Infelizmente, os próximos jogos, Project 8 e Proving Ground, não me agradaram, nem pelo jogo, nem pela trilha sonora. Acredito que até tenham boas músicas e que esses games merecem que eu os jogue novamente para tentar mudar minha opinião.
Acho que minha falta de interesse nesses dois jogos foi porque a descoberta de novas bandas não dependia mais deles. A descoberta era indireta. Passei a conhecer novas bandas porque estavam relacionadas com outras que apareceram na série Tony Hawk’s.
O Impacto na Música e Para Mim
Apesar de contar com bandas já renomadas, THPS conseguiu trazer esses clássicos para uma geração que não ouviu essas bandas no começo. Além disso, é inegável que novas bandas ou mesmo bandas underground tiveram suas carreiras alavancadas por causa do jogo.
Lagwagon, Goldfinger, Millencolin e, até mesmo, Papa Roach, citam o game quando tocam ao vivo as músicas que estiveram presentes na trilha sonora. Uma bela homenagem a algo que proporcionou que bandas pudessem ser reconhecidas e valorizadas por um grande público.
Eu mesmo testemunho o legado da série, pois 80% da minha playlist atual foi moldada por esses jogos. Só me resta deixar meu mais profundo obrigado a Tony Hawk por ter feito algo tão incrível e importante.
Deixe aí nos comentários se você jogou Tony Hawk’s Pro Skater e quais músicas te marcaram. Em breve, elaborarei uma lista das melhores músicas do jogo, baseada em minha modesta opinião.
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